Fui desafiada a escolher um prato das festas juninas para postar este mês. Um prato que eu gostasse muito, mas que fosse uma receita que eu pudesse adaptar para o mundo “sem glúten e sem lactose”. E eu escolhi a canjica, porque no frio, gente, nada melhor do que se esquentar com uma canjica bem saborosa e exalando a alegria e a doçura da canela.
Os árabes dizem que a canela é um daqueles temperos mágicos, que facilitam as revelações dos segredos, as conversas em família e as declarações daqueles sentimentos mais recônditos. Verdade ou não, o fato é que estudos tem apontado as propriedades benéficas deste tempero, se usado em doses moderadas, no tratamento da diabetes, na redução do colesterol e no alívio das dores musculares (pode-se usar como emplastro) e também decorrentes de atrites e artroses.
Mas, voltando aqui para a canjica. Canjica é o nome da iguaria que a gente conhece no Sudeste. No Nordeste, este tradicional prato das festas juninas é mais conhecido como Mungunzá. É feito com o milho branco, brasileiro, debulhado e desolhado.
E hoje em dia, no mundo das intolerâncias, e também das inclusões gastronômicas, ai que bom que já encontramos o leite de vaca e o leite condensado sem lactose. Daí, foi fácil adaptar a receita antiga de família e poder aproveitar sem problemas, o prato que até hoje eu não sabia que gostava tanto, só porque não podia comer, pois a pele ficava igual a uma pipoca.
Ah, tem outra coisa que eu faço diferente também. Tem muita gente por aí que teima em usar panela de pressão pra fazer este prato. Eu não sou daquelas mais fãs de panela de pressão. Devo confessar, que aliás, por mim não existiriam. Prefiro o método antigo de deixar os grãos em demolho por 12 horas e depois cozinhar na mesma água do demolho por 1 hora, lentamente, num fogo brando. Separe aquela manhã de sábado ou domingo pra fazer isto e aproveite a prosa no pé do fogão.
Aliás, tudo isto combina muito canjica, canela, calor e prosa. Cheiro de infância, de carinho, calor pra alma.
Aproveitem a minha receita e a prosa também. E não se esqueçam de me contar o que acharam. 😉